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Sacrosanctum Concilium

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A constituição Sacrosanctum Concilium sobre a liturgia católica é uma das quatro constituições apostólicas emanadas do Concílio Vaticano II. Indica modificações no culto católico, visando aumentar a participação do laicato na liturgia da Igreja. Foi o primeiro documento emitido pelo Concílio e o único, dentre aqueles preparados pela Cúria Romana, a ter sido aprovado. A sua votação e aprovação final teve o seguinte resultado: 2 151 votantes; 2 147 placet; 4 non placet.

Sacrosanctum Concilium foi promulgada pelo papa Paulo VI no dia 4 de dezembro de 1963, no final da segunda sessão conciliar.

Os números correspondem às secções indicadas no texto entre parêntesis.

  1. Proémio (1-4)
  2. Princípios gerais em ordem à reforma e incremento da Liturgia (5-46)
    1. Natureza da sagrada liturgia e sua importância na vida da Igreja (5-13)
    2. Educação litúrgica e participação activa (14-20)
    3. Reforma da sagrada liturgia (21-46)
      1. Normas gerais (22-25)
      2. Normas que derivam da natureza hierárquica e comunitária da Liturgia (26-32)
      3. Normas que derivam da natureza didáctica e pastoral da Liturgia (33-36)
      4. Normas para a adaptação à índole e tradições dos povos (37-40)
    4. Promoção da vida litúrgica na diocese e na paróquia (41-42)
    5. Incremento da acção pastoral litúrgica (43-46)
  3. O sagrado mistério da Eucaristia (47-58)
  4. Os outros Sacramentos e os Sacramentais (59-82)
  5. O Ofício Divino (83-101)
  6. O ano litúrgico (102-111)
  7. A música sacra (112-121)
  8. A arte sacra e as alfaias litúrgicas (122-130)
  9. Apêndice: Declaração do Concílio Ecuménico Vaticano II sobre a reforma do Calendário

Principais ideias

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Esta constituição centra-se em torno da Liturgia, que é analisada pelos padres conciliares sob "uma tríplice dimensão teológica, eclesial e pastoral: a liturgia é obra da redenção em ato, celebração hierárquica e ao mesmo tempo comunitária, expressão de culto universal, que envolve toda a criação".[1] Os padres conciliares descrevem ainda a Liturgia como "a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão-de beber o espírito genuìnamente cristão".[2]

Logo, o Concílio pretende renovar a Liturgia, para que "todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas", visto que esta participação é, "por força do Baptismo, um direito e um dever do povo cristão, «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5)".[2]

Principais consequências

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Após o Concílio, apesar de nem sempre em conformidade com ele, efetuou-se, dentro de poucos anos, uma grande renovação na Liturgia. Entre estas reformas, destaca-se obviamente vários aspectos: a reorganização e simplificação da Missa de rito romano; o uso predominante da língua vernacular nas celebrações litúrgicas;[1] a posição do padre em relação ao altar (depois das reformas, majoritariamente o padre passou a celebrar a Missa de frente para as pessoas e atrás do altar); a assembleia reunida para ouvir a Missa passou a ter um papel mais ativo no serviço, através do canto, da leitura da Palavra de Deus, do ofertório e das suas respostas às orações iniciadas pelo padre; a escrita de novas músicas litúrgicas, com influências da música popular; uma maior ênfase na Liturgia da Palavra; e a clarificação do simbolismo.[3]

Estas reformas litúrgicas foram acolhidas pela maioria dos católicos. Apesar disso, há grupos minoritários que continuam "a achar as mudanças difíceis de aceitar".[3]

Referências

  1. a b "O Concílio Vaticano II" Arquivado em 19 de outubro de 2009, no Wayback Machine., do site Doutrina Católica
  2. a b Constituição Sacrosanctum concilium, n. 14
  3. a b GEORGE WEIGEL, A Verdade do Catolicismo, Bertrand Editora 2002 ISBN 972-25-1255-2; cap. 4, págs. 67-68

Ligações externas

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